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Transformação

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Entrevista com poetas

quarta-feira, 4 de abril de 2018

Dona Eliane - Zine Versos

Amadxs estamos lançando o ZineVerso. São poemas dos poetas que fazem parte da Verso em Versos.
Esse é o número 1 e é da nossa digníssima Dona Eliane.
Preços: ZineVerso R$5

LINK PARA COMPRAR
http://www.lojaelchoq.com.br/1cdf50/dona-eliane-zine-verso

DONA ELIANE EM CORPO E ALMA, por Eliane Souza

Diante do microfone, com um caderno na mão, ela sorri serena. “Que pênis gostoso de olhar/ Bata com ele na minha cara/ Coloque ele no meio do meus peitos/ Para eu saborear/ Que tesão que dá”. A voz é singela, doce, maternal. Ao final do poema, o clímax é da plateia: “Uh, Dona Eliane! Uh, Dona Eliane!” E a mansidão permanece no rosto da poeta Eliane Souza, célebre moradora do Jardim Monte Azul, mãe de sete filhos, doméstica e que aos 53 anos é atração recebida sempre com euforia no Sarau Verso em Versos.

Nem sempre ela fez poesias eróticas e nem sempre frequentou saraus. “Eu escrevia sobre as coisas do meu dia-a-dia, sobre meus amigos, familiares, alegrias e desgostos da vida. Quando soube do sarau, confesso, achava que era coisa de maloqueiro. Até que fui lá.” Dona Eliane conta que passou a enxergar o mundo de um jeito diferente. “Eram coisas que eu até já sabia mas não imaginava que podiam virar poesia e me ajudar tanto.” E assim os amores da mulher, o casamento de 30 anos desfeito e refeito em encontros - “só pra sair” viraram versos, rimas, centenas de estrofes. E Dona Eliane segue serenamente sorridente. “Me entrego de corpo e alma, é maravilhoso mesmo.” ficha técnica:

Curadoria: Jaime Diko Lopes
DisigneR: @caue_yuiti
Revisão: @flaviamartinelli

leia os poemas de dona Eliane aqui
http://www.versoemversos.com.br/2018/01/poesias-de-dona-eliana.html


segunda-feira, 2 de abril de 2018

Agradecimento! Primeiro Sarau Verso em Versos 2018

Esse foi o ultimo click do primeiro Verso em Versos 2018.
Neste primeiro sarau o ano em 12 horas de atividades tivemos uma feijoada maravilhosa, 2 pockets show, 43 poetas, 12 expositores, 1 djs, 6 livros lançados, 3 ZineVerso lançados, 3 vídeos lançados, 2 exposições, 2 fotógrafos, 21 produtores culturais
O próximo sera daqui 3 meses aguardem mais informações... 
"Tristeza nao tem fim...
Felicidade sim..." 
Vamos postando algumas fotos para lembrar o quanto foi importante viver esse dia!
Gratidão infinita... Simplicidade sempre...
Luz para todos... Planejamento é estratégico...
segue rima



terça-feira, 27 de março de 2018

1° Verso em Versos do ano

Saudações!
A agência Solano Trindade, aliada ao nosso Sarau está mais uma vez de portas abertas aguardando sua presença para celebrar o primeiro VeV do ano e desta vez será num Sábado com um formato de vivência ou seja, vamos conviver para além da troca de poesias, vamos olhar no olho, almoçar uma suculenta feijoada da tia nice, tomar uma bebida, sorrir e muito mais...com várias atrações mais que especiais confirmadas esse evento promete e não é para menos, pois o VeV tem esse legado de agregar para trocar ideias e Poesias e artes e vida no geral. Você é especial nessa primeira edição, sua presença é poema!
Vale a condução (ou carona!) paga!
Não Percam!
No link abaixo você acessa todo o conteúdo do evento, não esqueça de compartilhar! Toda ajuda é bem vinda!

https://www.facebook.com/events/775488459313758/?ti=as

quinta-feira, 22 de março de 2018

Domingo tem Samba do Monte no Jd. Monte Azul

Salve! Salve! Domingo 25  MARÇO de 2018 a partir das 12h
Ajayo Samba do Monte - Salve o Outono.
Vamos receber esta estação com muito samba, batuques e energias.
Venha brindar como nossa cerveja artesanal!
Tod@s são bem-vindos!
Tragam as crianças!




domingo, 11 de fevereiro de 2018

Poesias de James Bantu

SOBRE JAMES BANTU

Paulistano, rapper, poeta, instrumentista e compositor. James Bantu também estudou canto e dança e é artista consagrado pelos saraus das periferias de São Paulo. 

O ator e diretor Antonio Abujamra, que entrevistou James na última temporada do clássico programa Provocações, da TV Cultura, em 2016, referiu-se a ele como: “além de poeta refinado, dizem que ele ama a música, o hip hop. Dizem ainda que sabe muito bem como levar seu talento poético para a música das quebradas. Ele seria além de bom letrista bom músico também”.

De acordo com o historiador e especialista em música independente Saloma Salomão, Bantu é parte da geração que reformulou a audição de música negra brasileira. O músico é  um dos artistas que representa “aquele ponto de mutação da linguagem musical do Movimento Hip Hop no Brasil”. Ou seja, o momento no qual as referências norte-americanas do rap foram suplantadas pelos elementos da cultura musical negra brasileira. “O resultado é um som melódico e harmônico, com levadas muito suingadas e letras cheias de percepções filosóficas, histórias negras cotidianas, discursos refinados de identidade e outras sutilezas”, afirma o historiador.

Hoje, além de sua vasta produção autoral como poeta e compositor, o artista é backing vocal do rapper Rincon Sapiência.


Poesias

  1. 24 por 48
  2. Ella
  3. Jardim secreto
  4. De volta ao ventre 
  5. Interno Olhar
  6. Mãinha
  7. Atlântica
  8. Menina Pretinha
VIDEOS

TRABALHO OFICIAL



IMPRENSA

 


INTERNET




24 por 48

Quando ela chega de manhã
Limpa o batom tira logo o sutiã
Essa preta da plantão sem decote
Não trabalha por esporte
Ela quer viver melhor

Essa preta tem um par seios bem maior que as costas
Não faça piadinha sobre seios que a preta não gosta 2x

Trabalha em pé salto chato
Que dói sempre o mesmo lado
Do canto d pé 24 por 48 tá ligado né
Qualé que é todo dia

Ella - |James Bantu

Vários homens e só eu
Vários homens e só eu

A dona de uma fonte onde nascem homens
A gente sempre se alimenta e ninguém nunca passa fome
Como é alimentar e ser alimentada
Como é bom dançar, ser estar sempre bem acompanhada

Vários homens e só eu
Vários homens e só eu

Eu comi bebi dancei fui rainha de vários reis
Eu fui feliz
Feliz por ser mulher, feliz por sentir o calor
Feliz pro saber o sabor do amor

O machismo e louco e aqui todos são homens
Além de oprimir transmitem sobre nome
Já vi até reproduzir reprimir por querer
Tentando ensina o sentido que não sabe saber

Sobre amor, sobre lar, sobre dor e conservação
Sobre trans e mitir, sobre trans e missão sobre trans e gredir
Sobre trans e formação sobre tudo que transforma
E vem do seu coração

Vários homens e só eu
Vários homens e só eu

De: James Bantu

Jardim secreto - James Bantu

Existem mudas ideias
Pessoas a polinizar
E todo casa é colmeia
Abelhas vc rainha

Mais na ausência
A planta pergunta a ti
Porque? Que tudo concreta
Me impede de existir

Se a vida fosse correta
O barro era e perfeição
Por isso afro incompleta
Resisti a invasão

Sabe porque brota
Bem no meio do concreto
Existi um jardim secreto

Sabe porque brota
Bem no meio do concreto
Existi um jardim secreto

Isso tudo já foi barro
Djely Warro jarro arro um dia
Isso tudo já foi barro
Djely Warro jarro a Luzia

Isso tudo já foi barro
Djely Warro o aço já fundia
Isso tudo já foi barro
E Luzia já nos reunia

Sabe porque brota
Bem no meio do concreto
Existi um jardim secreto

De James Bantu

De volta ao ventre - James Bantu

Hei vem cá me abraça
Pois dentro do abraço a vida tem mais graça

Pedintes pedindo contato sozinho e junto e fato
As corrente do bem no watts zap é manto
Tudo que feito agora já fora feito antes
A traição toda dor destruição em semblantes
O instantâneo demora c sabe contar as horas
Já viu a beleza das sementes de dentro pra fora
Porque? A gente briga quem é que te obriga
C vai cumprir a obrigação só pra agradar
Sabe o orixá e sente da astrologia
Conhece todas as magias que te contagia
C tem a energia c tá na sintonia
Anda no mundo e usa o smart pra conectar

Hei vem cá i me abraça
Pois dentro do abraço
A vida tem mais graça

Hei vem cá i me abraça
Pois dentro do abraço
A vida tem mais graça

Cola seus chácaras nos meus
Chega mais perto de min
Pede pro ventre da Deusa
Fazer renascer essa paz sem fim

Essa paz que ninguém e nem nada
Sabida existia
Parecida com uma sensação
De um ventre é vida 

Salve todas mulher do sempre
Com a magia da vida contida no ventre

De: James Bantu

Interno Olhar - James Bantu

Olha
É um céu azul brilhante
Paralelo a todo instante
No horizonte pra você
Olhar
E lamber com os olhos o porquê
E a sensação
Tão linda a sensação
Tão linda
Que faz o ser interno
Se perceber externo
Tentado ser mais antigo
Que moderno 
Queria ser nuvem
Para fazer chover
Em você
Queria ser céu só pra
Ser onde o sol brilha
E você olhar

De James Bantu

Mãinha - James Bantu

A Josefina é de alguém Dona Lurdes também
Lembro do Helião canta Depois que fez rap do trem
Todo toda que não tem Senti falta também
Não importa não interessa Quantos anos quem tem
Que tá na distância Senti falta porque estuda
Por que trampa, pois não conseguiu voltar
Pros tempos de crianças Ela cuidar para escola
Pela mão eu lembro dela me leva

Salve dona valeu pela carona Quando vem mais um
Eu sei que você se apaixona E tem que ser durona
Pra ensinar o primeiro exemplo Eu sei que ela que dá
Quem vai vir pra dizer Que tá melhor sem
Ouvir o outro dizer isso Não agrada ninguém
Você sabe muito bem De todos corres das responsas
Quem desamarra sua tromba Quando tá bicudo
Tá bravo com o mundo Ela quando descobre
Seu amor é um vagabundo Como é bom ter uma asa
Se aconchegar mostra pra ela Sua família quando você
Mãinha Mãinha Mãinha
Eu fiz essa canção só pra dizer
Mãinha Mãinha Mãinha
Eu fiz essa canção só pra dizer 

Pergunto a minha mãe O que devo fazer
Minha preta tá gravida Meu filho vai nascer
Minha mãe diz Calma filho não se desespera
Na vida se resolve tudo Pela causa certa
Mamãe teve você Te viu crescer
Agora quer ver o seu filho nascer
Você foi irresponsável inconsequente
Mais vamos resolver o que é problema
Mais pra frente afinal de contas já tá encaminhado
Agora corre atrás não pode cruzar os braços
Minha mamãe dona Malu
Sempre foi guerreira me mostrou os caminhos 

Mãinha Mãinha Mãinha
Eu fiz essa canção só pra dizer 
Mãinha Mãinha Mãinha
Eu fiz essa canção só pra dizer

De James Bantu

Atlântica - James Bantu

Liquida a típica romântica atlântica derretida
Solida cosmopolita aquática semântica contraída
Yabasse a cólica católica resista busque as ervas tome um chá

Liquefez e pressentia que ia evaporar
Liquefez e pressentia que ia evaporar

Herdeira da sangoma na esteira sente o chão
Oráculo visiona do conga traz legião
Ciata é semente que correte nunca quis
Só fez libertar mente embaixadora imperatriz 

Liquefez e pressentia que ia evaporar
Liquefez e pressentia que ia evaporar

Pra que ser tão solida pra que ser tão solidão
Um ventre uma escolha uma vida começa uma nação
Lembra a vó mais antiga ela sentia a emoção
Antes da serra e dá barriga já tinha feito um coração

Liquefez e pressentia que ia evaporar
Liquefez e pressentia que ia evaporar

De: James Bantu


Menina Pretinha - James Bantu

Você é minha mãe te tenho como irmã
Te quero minha menina pretinha
Cuidou lavou, passou, amamentou
Meu avô chamou de fortaleza do negô
Eu sei que não é fácil
Eu sei que não foi fácil
Mas eis que você surge
Tão forte como um dia você quem alumeia
Defende luta e grita
Rainha Nagõ, ashanti ou Nizinga
Herdeira do amor do ritmo da ginga
Esse meu sorriso hoje é para você
Sincera forma agradecer
Por se minha mãe
Por ser minha irmã
Por ser a minha
Menina pretinha

Menina pretinha
Exótica não é linda
Você não é bonitinha
Você é uma rainha

De: James Bantu

domingo, 21 de janeiro de 2018

Poesias de Dona Eliana

Dona Eliane em corpo e alma...Ela posiciona-se diante do microfone com um caderno na mão e sorri serena. “Que pênis gostoso de olhar/ Bata com ele na minha cara/ Coloque ele no meio do meus peitos/ Para eu saborear/ Que tesão que dá”. A voz é singela, doce, maternal. Ao final do poema, o clímax é da plateia: “Uh, Dona Eliane! Uh, Dona Eliane!” E a mansidão permanece no sorriso da poeta Eliane Souza, célebre moradora do Jardim Monte Azul, mãe de sete filhos, doméstica e que aos 53 anos é atração
sempre recebida com euforia no Sarau Verso em Versos.
Nem sempre ela fez poesias eróticas e nem sempre frequentou saraus. “Eu escrevia sobre as coisas do meu dia-a-dia, sobre meus amigos, familiares, alegrias e desgostos da vida. Quando soube do sarau, confesso, achava que era coisa de maloqueiro. Até que fui lá.” Dona Eliane conta que passou a enxergar o mundo de um jeito diferente. “Eram coisas que eu até já sabia mas não imaginava que podiam virar poesia e me ajudar tanto.” E assim os amores da mulher, o casamento de 30 anos desfeito e refeito em encontros “só pra sair” viraram versos, rimas, centenas de estrofes. E Dona Eliane segue serenamente sorridente. “Me entrego de corpo e alma, é maravilhoso mesmo.”

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