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Transformação

Transformação
Entrevista com poetas

quarta-feira, 22 de agosto de 2018

Transformação com Jairo Periafricania

+ Como a poesia surgiu na sua vida?
A poesia surgiu em minha vida quando a muito tempo atrás o Binho me chamou pra um sarau que ele organizava ali no bar dele ao lado da antiga Uniban. Eu não tinha o hábito da escrita nem da leitura até então.
Fiz uma poesia do Sergio Vaz que aliás tbm não o conhecia. Ganhei uma camiseta de presente de um amigo Ronaldo o nome dele que tinha um poema do Sergio Vaz, recitei e dei os créditos ao autor e pra minha surpresa o Sergio estava lá e a partir daí ouvindo os poetas com seus poemas autorais despertou o interesse em compor tbm... nesse mesmo dia fui convidado pra conhecer o sarau da Cooperifa e não sai mais e escrevo desde então.

+ Como você era antes da poesia?
Antes da poesia eu levava a vida de uma forma totalmente diferente de hoje com certeza.
Taxista de ofício eu sempre ali no meu dia a dia nas idas e vindas, conversando com os amigos sobre política, futebol, trabalho, etc... com todo respeito eu era totalmente alienado, até porque não lia e só enxergava a um palmo de distância, eu não tinha noção de nada... ouvindo os poetas fiquei interessado em personagens que votavam em seus textos e fui pesquisar, conversar... hoje olhando antes da poesia da literatura eu vejo o quanto estava moscando, é tipo como se eu vivesse antes do fogo e depois do fogo... virada drástica.
Hoje qiestiono tudo, antes vinha tudo pronto e eu meio que aceitava...

+ Quem você é depois dela
Depois disso eu estou sempre procurando descobrir, questionando tudo, meus bates papos mudaram, já não abraço certas idéias que vem de todos os lados, de políticos, da imprensa escrita, televisiva, nas redes sociais etc.
Tenho sede por respostas até porque tenho muitas perguntas.
Mano mudou tudo, da água pro vinho é muito louco tudo isso, até acho que por conta dessa mudança minha postura mudou, essas coisas trazem mais responsabilidades, revolta, inquietude, quando você adquire certo discernimento sobre certas situações muda tudo.
Pra finalizar aqui vou reproduzir uma frase, um pensamento que ouvi do Sergio Vaz que aliás disse até de quem é esse pensamento mas não me lembro o nome do autor, é mais ou menos assim:
"NÃO QUERO ACREDITAR SÓ QUERO SABER"

Poesia 

UM POEMA

Insônia loucura um delírio só meu
Insana a caneta desliza... Eu,
TE OFEREÇO UM POEMA...
TE OFEREÇO UM POEMA...

Um poema,
Rasga carne sangra dor brinda vida
cura amor
Tá na multidão que o rap arrasto
Na voz no furor que Racionais canto
Nas paginas dum livro que o poeta eternizo

Nas negras raízes no conto do grio
No canto sagrado que uma tribo entoo
É canta a liberdade pra quem tá confinado
No povo unido caminhando lado a lado

No raro d'javu loucura insensatez
Onde os forte sobrevive os fraco não tem vez
É o ser ou não ser... eis a questão
É respeitar a opção da irmã do irmão

Do jeito que quise bem me que mal me que
No drible na ginga no grito de olé
É pai filho pro espírito é santo
Nos muros becos em todos os cantos

No sorriso no pranto no trago no gole
Na dor no peso da ressaca do porre
Na escrita perdida num velho pergaminho
E agora José? São as pedras no caminho.

Insônia loucura um delírio só meu
Insana a caneta desliza... Eu,
TE OFEREÇO UM POEMA...
TE OFEREÇO UM POEMA

Na imensa solidão daquele na sargeta
Naquele rascunho esquecido na gaveta
Nas entrelinhas no subliminar
Nas metáforas que a vida não cansa de ensinar

No mistério da morte no enigma de marte
Num beijo roubado imitando a arte
Na frase sem crase no verso sem métrica
É Usa abusa da licença poética

Nóis fomo, nois vai, eu vi ela tanto faiz
Sem menos nem mais somos todos iguais
Na prosa a rima na trova o verso
Do nosso jeito simples complexo

Erudito popular entre o bem e o mal
La pra academia é um ser imortal
Aqui a poesia desfila no sarau
Cortejada por amantes etc e tal

Moro na moral é isso memo o papo é reto
Num mundo a parte é o nosso dialeto
A palavra escrita na canção que embala
Hey norma culta, se não entende!
Pisiu! Se cala.

Insônia loucura um delírio só meu
Insana a caneta desliza... Eu,
TE OFEREÇO UM POEMA
TE OFEREÇO UM POEMA

Jairo Periafricania

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