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Transformação

Transformação
Entrevista com poetas

domingo, 25 de abril de 2021

 Mauro Avoz

 Mauro Avoz, o Cocão, é um Raper da zona Sul de São Paulo, e um ouvinte aprendiz das letras cortantes do Rap nacional dos anos 1990. É autor do livro “Pra não dizer que não falei das ruas” e integrante do grupo de Rap Versão Popular.

Como a poesia chegou na sua vida?

A poesia chegou a mim, através do rap; mas nesse início eu não entendia que o Rap era, Ritmo e Poesia, com o tempo, por conhecer a Cooperifa e perceber a lírica entre muitos poetas que ali recitavam eu pude entender.

Como você era antes da poesia?

Na minha adolescência, antes da arte e pra ser mais preciso a poesia, eu não via muita esperança nas pessoas e muito menos na vida, a poesia chegou pra dar um rumo, uma estrada, um norte para meus sonhos e pensamentos.

Quem é você depois da poesia?

Creio que um cara mais observador, questionador, e com vontade e gana por trabalhar com a arte, também entendendo como é a vida na real.

De volta pra casa


Poema:

De Volta Pra Casa (Cocão Avoz)

Missão cumprida, baby, minha quebrada me espera
Amor ao rap, é os prédio, a semente é a terra
Antigas ruas em guerra, onde o respeito se eleva
Visto a camisa, vem vê, vozes que gritam por ela

Pelos parques sem flores, pelos versos e amores
Tudo de bom eu desejo, e que sumam as dores
Senhoras e senhores, poetas e cantores
O grafite e suas cores, o universo e os mentores

Em cada um o Dom, dançar conforme o som
De volta pra casa, eu me renovo sangue bom
Os bons amigos são, os que estão, estão
Sinceros, felizes, a esperar de prontidão

O amor de mãe, e também do pai
Eu sei o que eles sentem quando o seu filho vai
Em missão, em luta, mundo afora e sem ajuda
É a vida pelo sonho, e você sabe quando muda

A música, a rima, a palavra é auto estima
Por mais que vocês fuja, ela persegue, é a sina
Noite adentro é o clima, lágrimas na retina
Recordar é viver, a função de esquina

Mais de uma década, amém, vou no caminho do bem
Eu entendi, tô aqui, és uma história também
Eu vou levando a sério, desde o início sem cena
Nós já vivemos em crise, eu já cantei os problema, vai…

De volta pra casa
De volta pra casa
De volta pra casa (eu tô de volta)
De volta pra casa
De volta pra casa

Pelo rap, a poesia, olha nós, ó quem diria
Das noites mal dormidas, retorno a luz do dia
Chove, chuva, e a mão na massa, vamos
Dixavando escrita, profissão que nós amamos

Pra quem bolou os planos, na fuga pelos canos
A plenos pulmões, eis o grito de mil manos
Eis a liberdade, eis as luzes da cidade
Sentido bairro, olha o foco, malandragem

O amor não vê miragem, tá na pele a tatuagem
Deixa os moleque, é só fumaça sobre a laje
Libertaram Barrabás, gente muda pela paz
Luto e tumulto, hoje luto e quero mais

Ir e vir e viajar, com a bela a beira mar
Eu, de cabelos brancos, só histórias pra contar
Penso, eu já pensei, mas um dia eu já fui rei
Nos contos de quebrada, eu nada sou, eu nada sei

Chapeleiro deixou brécha, moscou, dormiu na festa
Eu não posso esperar, pois hoje eu tenho pressa
São Paulo é ferveção, verão é multidão
Olhares furam lupa, é a multa, o arrastão

De perto, de longe, meditando tipo os monge
Da li eu vejo tudo pra não sumir no monte
Feras e ferido, vítima dos inimigo
Negros da maratona se parecem comigo

De volta pra casa
De volta pra casa
De volta pra casa (eu tô de volta)
De volta pra casa
De volta pra casa


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