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Radio Mixtura - www.radiomixtura.net.br

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Transformação

Transformação
Entrevista com poetas

sexta-feira, 19 de junho de 2020

Lorena Calábria dialoga com Emicida

Hoje Sexta 19 de junho de 2020 as 21h a jornalista Lorena Calábria dialoga com Emicida
A live vai acontecer no Instagram da @lorenacalabria
E 🎧Radio Mixtura vai retransmitir o áudio em nosso site
Até Breve

#lorenacalabria #RadioMixtura #emicida @lorenacalabria #labfantasma #LaboratorioFantasma #AgSolanoTrindade #JardimAJardim

sábado, 13 de junho de 2020

Pensarauto na Rádio Mixtura

 Hoje as 22h Rádio Mixtura vai transmitir o áudio do @pensarauto
Programação esta linda. Vai ter @soberanaziza , @vamba é @feliperiskevich
Até breve
#Pensarauto #RadioMixtura




Monarckas lança o vídeo clipe Minha Brisa

Hoje, o grupo de rap da zona leste Monarckas, que tem a formação artística com DJ Dablyo, Ronne, Léo Thomaz, lançaram o vídeo clipe da Música: Minha Brisa, com participações de Bocato e Priscila. O clipe é uma realização da produtora Dois Neguin Filmes.

A mixagem e masterização ficou por conta de Madzoo no Zoo International Studios

A direção do vídeo é de Maycom Mota e Júlio Cesar

Produção Júlio Cesar, Maycom Mota, Monarckas e Rinaldo Felipe

Edição
Maycom Mota e Julio Inácio

Imagens
Júlio Cesar, Maycom Mota e Rinaldo Silva

quarta-feira, 10 de junho de 2020

Edi Rock dos Racionais mc´s lança o clipe Vidas Negras

Edi Rock dos Racionais mc´s lança o clipe Vidas Negras, esta musica é para o novo álbum  “Origens pt.2” há um tempo

Edi Rock diz...
Mais informações AQUI

segunda-feira, 25 de maio de 2020

Ta Suave da Radio Inca na Radio Mixtura

Tivemos a honra de estrear em nossa programação o Programa @tasuave_mag em parceria com @inca_headshop
O Diálogo sempre terá um especialista falando sobre Canabis: Lei de Drogas; Canabis Medicinal e Terapeutica; Musica; Cultura Rastafari; Espiritualidade; Mercado Canábico; Neurociencia; Origem Racista do Proibicionismo.

Toda Segunda e Domingo

Stereocast na Radio Mixtura

Todas Terças e Domingo as 20h

o Podcast Stereocast na Radio Mixtura
Podcast comandado por Eduardo Hide que mixa e aborda o universo musical que permeia sua mente, adentre a nave!Eduardo Hide é MC da dupla Sonora Kush, além de beatmaker e pseudo selecta nas horas vagas

sexta-feira, 22 de maio de 2020

www.radiomixtura.net.br

🎙️Radio Mixtura 📻 (https://www.radiomixtura.net.br/) 🎧 é uma rádio web do extremo sul da Zona Sul de São Paulo para o mundo.🌎

Fazemos parte das redes de webradiolivres Nacional e Latina

Nossa missão é dialogar, vivenciar, registrar, comunicar e replicar as tecnologias ancestrais dos Povos periféricos, Povos de Matriz Africana, Povos Indígenas, Povos Quilombolas, Povos Caiçaras.

📈Em ritmos crescente coletivos têm revelado identidades em uma diversidade de ações como: Cultura, saúde, bem estar, alimentação, esporte,  politicas publicas,  trabalho digino e economia local, filosofia que convivem entre iniciativas verdes (ambientais) e virtuais, educação de qualidade histórica atuais e futuras, consumo de produções responsáveis, energia acessiva e limpa, água potável e saneamento básico, agricultura sustentáveis, igualdade de gênero, industriaria inovação e infraestrutura, parceira e meio de implantação compartilhando e trocando conhecimento como mundo.🌏

🎤Através de noticias, matérias, entrevista, denuncia, contos , Podcasts, aulas, workshops, palestras musicas poesias shows eventos mixtapes, playlist e Apoios colaborativos.🔊

A Radio Mixtura é um projeto da Elchoq Produções.

✒️El Choq Produções é uma agencia de artistas, shows e eventos

🎥Temos a Dois Neguinhos que é uma produtora de videos.🎬

Nosso espaço esta localizado no espaço compartilhado da 🖱️Agencia Solano Trindade onde temos o 🥗restaurante Organicamente Rango🥘 da Cozinha da Tia Nice👩🏾‍🍳 também tem o Armazém Organicamente 🥬onde reunimos produtos orgânicos de pequenos produtores e oferecemos para a comunidade por um preço acessível 🌽 só falar com o Chicão👨🏽‍🌾

Poise fazemos parte desta família linda e potente

Temos em vista o uso e apropriação das novas tecnologias e formas de comunicação pela periferia, de maneira geral, como processo de resistência, nossa radio tem como objetivo fortalecer essas ações, ao mesmo tempo em que colabora com com os registros de suas memórias, ou seja, contribuir com o registro da oralidade para a preservação da memória🗃️ difundindo vozes locais em uma rede de acesso global🌐, para transmitir e promover conexões e ações afirmativas da diversidade📡

🏡Nosso endereço rua Batista Crespo 105 enfrente o Terminal Campo Limpo super fácil chegar seja bemvindexs.

Infelizmente por causa do Corona Vírus 🦠 nossa casa esta fechada e isso atingiu diretamente nossa família e nossa rede de artistas e empreendedores

E ai vamos nos comunicar?

Entra em contato fala com agente 📬 mixturadio@gmail.com ou pelo ☎️Telefone 11981926297🪀

Adote uma favela🍃

 Além  de executar  nossa rádio em nosso site, você  pode escutar os podcast nas plataformas 📱

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🌿Bom divertimento🌿

sábado, 11 de abril de 2020

“Em defesa da palavra”, por amor à América Latina

As manchetes com panorama político sobre 2019 mostram uma América Latina em convulsão. Uma onda de marchas e levantes tomaram o continente naquele ano. Nossa primeira reação foi surpresa, e imediatamente se perguntar o que estaria acontecendo. Mas, passado o primeiro impacto, a gente lembra que a América Latina é um território em ebulição permanente. Sua história é a história de opressão e resistência de povos originários, escravizados e proletários.

Eduardo Galeano por Samuel Sánchez
Um episódio recente desta história está nas décadas de 1960 e 70, anos marcadas por golpes, torturas e censuras no território. Foram períodos de intensa repressão política, mas não sem resistência. A oposição vinha de todos os lados, inclusive e principalmente da cultura. Artistas, músicos, escritores denunciavam e criavam a memória dos dias de luta. Entre eles Eduardo Galeano (1940–2015), escritor uruguaio com vasta obra e trajetória, foi um dos cronistas mais importante da América Latina.

Entre suas obras está Vozes e Crônicas: “Che” e Outras Histórias (Global/Versus, 1978), um livro que reúne uma série de textos apaixonados e realistas, escritos por ele nas décadas de 1960 e 1970, em viagens pelo mundo, a maioria delas na América Latina. Narrativas vibrantes sobre personagens, coletivas e individuais, evidenciando trajetórias e contradições. É um livro sobre encontros, mas também, e principalmente, sobre o ato de escrever, o papel do escritor, e a função da palavra. Um conjunto de provocações sobre cultura e sociedade, onde se encaixa a escrita e qual o seu valor, em especial num território tão especifico, mas também tão diverso dentro de si, como a América Latina.

Foto: Patrícia Sodré
Galeano se exila em Buenos Aires em 1973, ano em que teve início a ditadura uruguaia, e funda a revista Crisis, com vários outros escritores. Tem a revista fechada e vários de seus companheiros mortos, presos ou desaparecidos. Uma das marcas mais profundas que esses regimes conseguem deixar é a censura num aspecto amplo: a restrição de pensamento e vidas. Essa é a uma repressão escancarada, que às vezes vence, e às vezes não, mas sempre deixa uma cicatriz dolorida por onde passa, num “inimigo” com nome, sobrenome, laços sociais. Isso é evidenciado na Crônica da tortura e da vitória, um dos textos em Vozes, na qual conhecemos a trajetória de Jorge Rulli, jovem peronista, de oposição ao regime que foi instaurado na época na Argentina, no qual ele conta sobre como foi torturado pela polícia da ditadura, sobre como a “polícia não tortura para obter informações; tortura pra destroçar gente”. (p. 121)

Um outro tipo de censura, presente em vários tipos de regimes, é uma censura que é velada e pouco discutida, se hoje inclusive, imagine na década de 1970. Galeano fala dela também: “Ela é como um barco, que não pode navegar porque não tem água no mar”, é uma censura que não permite o acesso a arte, cultura, a possibilidade de reflexão, torna estes elementos artigos de luxo, restringe o alcance a um círculo pequeno de gente, quando na verdade são essenciais e essência à toda a humanidade, uma característica do cerne do capitalismo.
A ordem social vigente perverte ou aniquila a capacidade criadora da imensa maioria dos homens e reduz a possibilidade da criação (antiga resposta à dor humana e à certeza da morte) ao exercício profissional de um punhado de especialistas. Quantos somos, na América Latina, esses “especialistas”? Para quem escrevemos, até quem chegamos? Qual o nosso público real. Desconfiemos dos aplausos. (p. 16)
Há ainda uma conversa com Juan Domingo Perón, presidente argentino em três mandatos diferentes, que na ocasião da conversa estava em exílio em Madrid. Perón é uma figura controversa, um homem que influencia pessoas do espectro da esquerda até a direita. Galeano faz um relato ácido, e as falas de Perón são escorregadias, contraditórias e de tom apaziguador, o que nos permite entender as razões do seu enraizamento na política argentina:
Afirma que o ‘comunismo soviético e todos os comunismos nacionalistas detrás da cortina de ferro assim como os socialismos árabes, os fascismos e o nacional-sindicalismo espanhol’ são ‘propostas diferentes que, veja bem o senhor, coincidem em algo; no desejo de encontrar uma democracia nova, à altura dos homens do século vinte’. (p. 34)
Em A Bolívia inteira num vagão, o autor narra um episódio em que “descobre” aquele país. Em um trem com todo tipo de gente, nos diz, numa narração poética e clara, sobre as condições em que viviam os bolivianos na década de 1970, e é bem possível que você se sinta ali, no meio do trem com ele, entre os passageiros, tamanha a sua habilidade em contar:
O ataque mais violento ao contrabando aconteceu pouco antes de chegarmos a Oruro. Era o terceiro, desde a fronteira argentina. O pânico propalou-se depois que alguém avisou que havia guardas aduaneiros como formigas, esperando na estação seguinte. Sobre a vasta, quase ilimitada estepe gelada, de cor verde-acinzentada, o esplendor avermelhado do poente reluzia e arrancava cintilações que rompiam a terrível monotonia da planície. Se ali fora existia o reino dos angustiantes espaços vazios, dentro do vagão já não havia lugar para esconder nada. (p. 77)
Galeano tem um olhar atento sobre o humano, cheio de empatia e indignação sobre a exploração das pessoas, uma das características marcantes de sua obra é a denúncia as mazelas humanas, mas também a celebração do belo e da vida. Tem uma atenção igualmente sensível sobre as paisagens que compõem os territórios. Suas narrativas combinam a descrição dos conflitos com a poesia do meio:
A tarde vem chegando. Hoje não aparece o quetzal que tinha estado visitando os guerrilheiros a esta mesma hora nos últimos dois ou três dias. Seu peito branco e sua esplêndida plumagem tinham planado no centro do pedaço do céu que as montanhas deixam ver sobre o acampamento. O quetzal é um símbolo nacional da Guatemala; diz-se que perdeu a voz quando os maias foram derrotados pelos espanhóis. Diz-se, igualmente, que ele não perdeu a voz, mas que se nega a cantar, desde a derrota. O quetzal não pode ser colocado em gaiola. No segundo dia de reclusão, morre. (p. 110)
O texto em que ele entrevista Che Guevara é intercalado com uma narração apaixonada pela figura. Galeano busca até a autoridade de Trotsky para legitimar: “acho que foi Trotsky quem disse que o revolucionário mais apreciável é aquele que pode decidir alguma outra coisa no lugar da revolução e no entanto a escolhe então essa”. (p. 162)

Para ele, Che é uma figura apaixonada e sensata, e por isso mesmo admirável, porque dedicou a vida a uma luta maior, as revoluções da América Latina, e o fez com maestria, inspirando pessoas num território largo, mas com um vínculo em suas histórias, a resistência e bravura, personificada em Che. “[…] era o exemplo vivo de que a revolução é a forma mais pura da fraternidade, mas também a mais difícil.” (p. 161)

Vozes tem ainda textos sobre o encontro com o primeiro ministro da China em 1963, e com um herdeiro da última dinastia chinesa “convertido” ao comunismo; são dois relatos que levantam reflexões importantes sobre o movimento e o momento. Mas a maior parte das crônicas é sobre o lado ocidental e sul do mapa: Guatemala, Venezuela, Bolívia, Brasil, Uruguai, são os territórios por onde passou e dos quais nos traz sua experiência. Fala desses lugares, das relações entre si, da exploração das pessoas pelo estado e pelo capitalismo, mas fala principalmente com orgulho dessa gente de cá.

O livro é uma imersão na história do continente latino-americano na década de 1970, vindo de um testemunho ocular. Galeano divide conosco uma narrativa empírica e com posicionamento. Um dos livros menos conhecidos dele nos ajuda a entender porque é um dos maiores escritores latino-americano: um “homem do sul”, que escreveu com amor sobre este lugar.

domingo, 26 de janeiro de 2020

Lorena Calábria Jornalista que escreveu o livro do disco Da lama ao caos Chico Science e Nação Zumbi.na Radio Mixtura

Jaime Diko Lopes entrevista com Lorena Calábria Jornalista que escreveu o livro do disco Da lama ao caos Chico Science e Nação Zumbi.

Sobre a autora
Lorena Calábria é jornalista de cultura, formada em Comunicação Social pela UERJ. Desde 1985, vem atuando em TV, rádio, web e mídia impressa. Trabalhou como repórter na revista Bizz (Editora Abril), TPM (Editora Trip) e Revista da Folha. Escreveu e/ou apresentou diversos programas, como Som Maior (Rede Manchete), Clip Clip (Red Globo), Cine MTV, Metrópolis (TV Cultura), Ensaio Geral (Multishow), Rádio Café (Oi FM), Sonora Live (portal Terra), entre outros. Atualmente, dirige e roteiriza projetos de audiovisual na sua produtora, La Strada.

Sobre a banda
Chico Science & Nação Zumbi foi a banda ícone do movimento Manguebeat e se tornou referência para a cena musical no país – desde a década de 1990 até hoje. A formação responsável pelo disco Da lama ao caos era composta por Chico Science (voz), Lúcio Maia (guitarra), Dengue (baixo), Toca Ogan (percussão), Jorge du Peixe, Gilmar Bolla 8 e Gira (alfaias) e Canhoto (caixa). O cantor, compositor e líder da banda Chico Science foi uma espécie de “cientista dos ritmos”. Sua busca pela batida perfeita uniu de maneira extremamente original o regional ao universal, criando uma nova sonoridade para a música brasileira. Chico Science participou dos dois primeiros discos – Da lama ao caos (1994) e Afrociberdelia (1996) – e de duas turnês internacionais com a banda, antes de sofrer um acidente de carro fatal em 1997.

@lorenacalabria @nacaozumbioficial #radiomixtura #dalamaaocaos #naçãozumbi #chicoscience #chicoscienceenaçãozumbi

Leandro Kintê na Radio Mixtura

Jaime Diko Lopes entrevista o produtor musical Leandro Kintê
Segunda 27 de Janeiro 2020 das 14h as 16h

Leandro dos Santos Souza (Leandro Kintê) natural de Santo André -SP
Começou sua carreira musical com o Reggae Music com a Banda Filhos da Terra
como Guitarrista e Hoje como vocalista da mesma.
Dentre estas transições com bandas locais ,ingressou na banda Varal Roots (hoje Veja Luz)
 Banda Leões de Israel(cujo o nome "Kintê "veio por ventura da mesma em 2008)
Filosofia Reggae, Z’áfrica Brasil e Família Imperial!

Já com alguns trabalhos na rua , como a Musica "Jazz e Vinho ", "Desejos" , “Desabafo”, “ O vale (tributo ao cantor Cassiano) , “Espasmo”, “ Cartas na mesa”, “Livro da vida”, “ Toda Honra” e  “ O caminho de Luz”  , já podem ser ouvidas em todas as plataformas digitais.

Em 2019 embarca na carreira de produtor musical , lança o selo “Kintê House Produções”, onde vem lançando e produzindo artistas da comunidade e de grande expressão no mercado musical onde já se encontra o disco “Dance Reggae Music” do cantor FamilyRas, que conta com a participação de Finnu Ras da banda Veja Luz, Funk Buia do grupo Z’áfrica Brasil , entre outros.
Muito em breve estará lançando o álbum intitulado “Kintê canta Tim”, tratando-se de um tributo ao Mestre do Soul Brasileiro Tim Maia em um formato totalmente Reggae/Dub. Aguardem novidades.

Pitoniza na Radio Mixtura

Jaime Diko Lopes entrevista A MC Pitoniza
Segunda 3 de Fevereiro 2020 das 16h as 18h

SOBRE Pitoniza, mulher precoce, poeta MC, passou pelas ruas e as drogas das “calles” argentinas. Aos 16 anos, foi na escrita e no Rap music que encontrou novos caminhos que expandiram para os outros elementos do movimento, até que compreendesse a força
unida da rima, da batida, do movimento corpo-chão e da ocupação dos muros da cidade; o HIP-HOP.

Aos 18, fez as primeiras rimas nas praças de Guernica, seu bairro, localizado no extremo sul de Buenos Aires. Foi lá também na união Macumbeiros Crew, compostas por produtores e MCs que além da arte levam consigo a espiritualidade do candomblé.

Em 2016, chega ao Rio de Janeiro determinada a fazer da música sua premissa e a trocar vivências com o Hip-Hop do Brasil.

Descobriu assim, novas conexões com as raízes latinas e africanas. Neste processo lançou seus dois primeiros sons, “Mi Jurisdicción” e
“Hope Go Run” e canta na Fundição Progresso. Muda-se para São Paulo em 2018 e encontra no Grajaú um lugar de pouso como na sua "quebrada" de raiz. Iniciou nessa época o Projeto: Do Graja Pro Mundo, com foco no re-fortalecimento e disseminação do Hip Hop.
Apresentou-se em unidades diferentes do SESC, Casas de Cultura, Centros

Culturais espalhados pelo estado e em uma apresentação especial, na "Soy Latino" evento realizado no Memorial da América Latina. Deu entrevistas nas rádios FAAP e USP (2019).

Protagonizou o documentário “Cantos de Origen” dirigido pela AIC em 2019 e se apresentou na Expo Music São Paulo 2019.

Atualmente, integra a banda Resistência Pugnaz (RAP) com artistas residentes do Grajaú. Em dezembro (2019) lançou seu primeiro álbum Valores de forma totalmente independente. Pitoniza trás suas histórias, sua religião, seus valores, a rua, o rap, e o hip hop por inteiro. Seus passos levam aos palcos sua produção de “Hip Hop Afrolatino”

eternizando a memória de todos os elementos vivos e juntos.

ASÈ

domingo, 5 de janeiro de 2020

Da Caixa Pra Fora com Eduardo Brechó na Radio Mixtura

Todas as Terça feira 2020
Ao vivo! Das 19h até as 20h
Podcast Da Caixa Pra Fora com Eduardo Brechó na Radio Mixtura
ESCUTA AI

sexta-feira, 3 de janeiro de 2020

Roberta Oliveira & O Bando de Lá lançam vídeo clipe com a musica Oya oya de Chico Saraiva e Delcio de Carvalho

O video clip esta lindo veja com seus próprios olhos



FICHA TÉCNICA

Congas, Atabaque e Efeitos: Binho Geronimo
Xequerê: Monalisa Madalena
Agogo e Surdo: Monica Silva
Caxixi e Ganzá: Charles Quitute
Violão 6 aço e nylon: Matheus Nascimento
Cavaco: Parcio Anselmo
Violão 7: Luiz Ribeiro
Trombone e Bombardino: Allan Abbadia
Flauta e Sax Alto: Walter Pinheiro
Flughel: Marco Stoppa
Baixo: Alex Barbosa
Chimbal: Gabriel Spazziani
Palmas: Roberta Oliveira, Monica Silva, Luiz Ribeiro, Binho Geronimo,Monalisa Madalena e Matheus Nascimento
Coro: Laura Guellere, Ligia Fernandes, Monica Silva, Luiz Ribeiro, Matheus Nascimento e Gabriel Spazziani
Arranjo Base: Matheus Nascimento
Arranjo Sopros: Allan Abbadia
Produzido na Casa da Lua Áudio

Equipe Técnica
Coleta Filmes: Allan Lima, Bruno Ramos, Lazaro Eduardo
(Direção de Fotografia/Montagem)
Assistente de Câmera: Daniela de Oliveira
Direção de Arte: Simone Batata
Figurino: Danielle Tereza Arruda
Produção Geral: Matheus Nascimento
Apoio: Camisaria Tereza
Studio InBlue  Brazil
Casa Barbosa

sábado, 28 de setembro de 2019

Rádio Mixtura no programa É de Casa do O Zeca Camargo da rede Globo.

Hoje a Rádio Mixtura apareceu no programa É de Casa do O Zeca Camargo da rede Globo.
A matéria foi para apresentar em rede nacional o coworking da Agência Solano Trindade.
A tecnologia do nosso espaço é compartilhado onde temos a cozinha da tia Nice que é servido a alimentação no quintal que tem a estrutura de bambu e teto de caixa de leite e tubo de pasta de dente feito pela Oficina de Bambu e tem essa é outras soluções de obras sustentáveis , sem contar o cenário de grafite que tem pela casa, Onde tem um acervo de obras de artes de artistas da quebrada, Onde tem marcas de roupas e acessórios com as tendências afros,indgenas,nordestinas, urbanas e periféricas, Onde temos um armazém de orgânicos e cerveja Artesanal
Rsrsrsrs muita coisa! né?
Chega mais venha conhecer.
Gratidão ao repórter Manoel Soares a produtora Leticia
CLIQUE AQUI PARA VER MATERIA
https://globoplay.globo.com/v/7958540/programa/

terça-feira, 17 de setembro de 2019

Poemas da recordação e outros movimentos - Conceição Evaristo

Como você define poema? A palavra mesmo. O conceito. Define como o que é belo? Mesmo quando a/o poeta fala de dor? Não me parece razoável. Seria a tradução lírica do mundo? Mas isso pode ser a definição de qualquer literatura mais subjetiva, não?

Às vezes a gente tem essa necessidade de colocar tudo numa caixinha, talvez pra ter a sensação de que entende e controla o mundo. Ao ler Poemas da recordação e outros movimentos (Malê, 2007), de Conceição Evaristo, eu quis definir e dizer: é isto, e por isso vocês devem lê-lo.

Então, eu tentei comparar com aqueles poemas que conheci na escola. Textos em que as professoras falavam sobre métrica, versos com formas x, y, z, assim e assado, poemas de contemplação, sobre a mulher poetisa/musa, sobre pobreza vista de fora, sobre como a vida e a cidade são selvagens e engolem as pessoas, não as pessoas que escreviam, outras pessoas. Mas não, não é ai que eu o encontro. Este é um livro sobre trajetórias, individuais e coletivas, em primeira pessoa.

Aí eu lembrei das e dos poetas que me fizeram amar poesia. Gente dos saraus e slams em bares, praças, terminais de ônibus, confrarias orgânicas nas bordas da cidade. Do poema escrito, mas principalmente oral, dito. Gente que te leva pra dançar enquanto declama, que traz ancestralidade, mas com o fôlego de ter nascido ontem. É. Poemas é tudo isso, mas não só.

É uma publicação que propõe um diálogo entre passado e presente, e aí está o que o faz indispensável. A autora constrói uma ponte entre dois tempos, e por isso, ao mesmo tempo que seus versos me soaram novos, senti familiaridade ao ler. É que eu já tinha visto e ouvido sua escrevivência nas e nos poetas da minha geração. Pergunte a eles e elas quem os inspira, e certamente Evaristo será citada. Em Poemas da recordação você poderá sentir e ver parte da poesia, no seu sentido mais amplo, que inspira e impulsiona toda uma nova geração de escritoras e escritores pretos e/ou periféricos.

As metáforas usadas por Evaristo cortam suave, mas profundo:

"E depois, sempre dilacerada,
a menina expulsou de si
uma boneca ensanguentada
que afundou num banheiro
público qualquer." (p. 50)

Não nos deixam esquecer que a dor tem historicidade:

"As certidões de óbito, os antigos sabem,
veio lavrada desde os negreiros." (p. 17)

Mas dão fôlego pra continuar apesar de:

"E se cai, nunca se perdem
os seus sonhos esparramados
adubam a vida, multiplicam
são motivos de viagem" (p. 60)

Foto: Richner Allan

O livro tem seis divisões com pequenas introduções em prosa-poesia seguidos de poemas sobre o tempo, ancestralidade, ser mulher negra, maternidade, afeto, fé, escrita. Versos atentos sobre o cotidiano minúsculo, mas também sobre a macro história que nos trouxe até aqui.

Evaristo tem uma longa trajetória e vasta  publicação de suma importância. São romances, estudos e antologias, mas esta é a primeira publicação individual com poemas, originalmente de 2003.

A maioria de seus versos estão nos Cadernos Negros, do coletivo Quilombhoje, importante instrumento de divulgação e fortalecimento da escrita negra no Brasil desde a década de 1970.

Poemas da recordação e outros movimentos é um livro curto, mas intenso e por isso é preciso tempo e atenção para lê-lo. Os temas que o atravessam estão no nosso dia a dia, mas o olhar experiente e primoroso de Evaristo nos leva pra ver mais de perto, nos movimenta e causa inquietação, mexe em feridas fundas ao mesmo tempo que te convence a continuar.

terça-feira, 3 de setembro de 2019

Rádio Mixtura apresenta DJ Marco SP sessão mixtape20anos Bocada Forte


Rádio Mixtura apresenta Dj Marco SP sessão mixtape20anos Bocada Forte
Quarta-Feira 11 de Setembro 20:30 ate 22h
🎶 vai mandar só as pedradas.
LINK DA RADIO
📻https://www.radiomixtura.com.br/



LINK DE EVENTO
https://www.facebook.com/events/911549912535835/

Brasa Bass Sounds​ coletivo feminino de sistema de som na Rádio Mixtura​

Quarta, 4 de SETEMBRO as 20h:30m
🔊Brasa Bass Sounds​ coletivo feminino de sistema de som na Rádio Mixtura​ - Só com vinil​
🎶Seletoras: Evellyn e Walds
vai mandar só as pedradas.toda primeiras quartas do mês
LINK DO EVENTO https://www.facebook.com/events/422282751692084/
📻LINK DA RÁDIO https://www.radiomixtura.com.br
BIG UP!

REALIZAÇÃO
@radiomixtura
APOIO
@elchoqproducoes
@agsolanotrindade
@bocadafortebf
BIG UP!
#brasabasssounds #radiomixtura
#elchoqproducoes
#agsolanotrindade

sábado, 24 de agosto de 2019

Z'África Brasil no Centro Cultural São Paulo

Domingo, 25 de agosto de 2019 de 17:30 a 19:30
Centro Cultural São Paulo - CCSP apresenta:Z'África Brasil e Banda
Lançamento em Vinil duplo do álbum
Antigamente Quilombos Hoje Periferia
Participação especial Nalla
Produção: El Choq! Produções
LINK DO EVENTO
https://www.facebook.com/events/2100223263615443/
Z'África Brasil lança vinil duplo do clássico “Antigamente Quilombos, Hoje Periferia” Para comemorar os 17 anos ?do lançamento do disco “Antigamente Quilombos, Hoje Periferia” , de 2002, o grupo de rap Z’África Brasil apresenta edição do álbum em vinil duplo. A obra foi um marco no rap nacional do século 21 por sua estética inovadora baseada na cultura afrobrasileira. Fundado na metade da década de 1990, o Z’África trouxe questões políticas e raciais rimadas com a legitimidade de quem conhece as periferias de São Paulo.
SERVIÇOS
Data: 25/08 / Hora: 18:00 / Preço: R$25.00
Evento Categoria: Espetáculo Musical / Show
Local Centro Cultural da Cidade de São Paulo
Rua Vergueiro, 1000 - Liberdade
São Paulo, SP 01504-000 Brasil


domingo, 11 de agosto de 2019

Breddas Warriors na Rádio Mixtura

Quarta Feira, 21 de AGOSTO de 2019 de 19:00 a 22:00
Breddas Warriors na Rádio Mixtura
Seletores: Gustavo Lopes, Rafael Moraes e Ricardo Carvalho
vai mandar só as pedradas.
www.radiomixtura.com.br
BIG UP!

sexta-feira, 26 de julho de 2019

Premio Sarau da Cooperifa 2019 para Sarau Verso em Versos​

Salve Salve. É um sentimento inenarrável receber um prêmio de uns dos quilombos culturais e periférico reconhecido e respeitado pelo Brasil
Terça feira 23 Julho 2019, o Sarau Verso em Versos​ teve a honra receber uma homenagem do Sarau da Cooperifa pela sua atuação que vem fazendo entre becos e vielas
Foram muitos brindes, sorrisos e abraços.
Esse prêmio é de todas as pessoas fez e faz contribuindo  para que sejamos uma realidade antes, hoje e sempre.
Seguimos a luta...
Gratidão....

Conheça nosso site www.versoemversos.com.br


segunda-feira, 22 de julho de 2019

Verso em Versos homenageado no Sarau da Cooperifa

Salve Salve...amanha terça feira 23 de Julho as 20h.
O Sarau Verso em Versos terá a honra de ser homenageados no Sarau da @cooperifa.oficial 
Bora brindar essa celebração!
É muita emoção que não cabe no coração 
Até lá!


domingo, 14 de julho de 2019

Verso em Versos na Casa de Cultura Campo Limpo 2019

Queremos agradecer e dizer que o
Sarau Verso em Versos na Casa de Cultura Campo Limpo foi inspirador
Saudamos a Tula Pilar que participava do nosso sarau sempre com seu astral fenomenal.
Lançamos 5 Livros da Tendadaspalavras Embuscadasartes de Embu das Artes.
Microfone aberto tivemos crianças, jovens, adultxs e jovens da terceira idade.
Produção ficou por conta da @elchoqproducoes
Até a próxima!

segunda-feira, 1 de julho de 2019

Ounje- Alimento dos Orixás apresenta Umoja no Sesc Ipiranga

Ounje- Alimento dos Orixás apresenta Umoja no Sesc Ipiranga
Terça-feira, 9 de julho de 2019 de 16:00 a 17:00

O Xirê com Grupo Umoja e Convidados.

A palavra xirê significa brincar, dançar, e denota o tom alegre da festa de candomblé, aonde os próprios orixás vêm a terras para dançar e brincar com seus filhos.
Durante o xirê, os orixás são saudados e louvados com cantigas e
coreografias próprias.
O Umoja trabalha com diversas linguagens artísticas, com ênfase nas referências às culturas afro-brasileiras e nos seus aspectos híbridos, danças dramáticas populares e musicalidades, cocos, maracatus, sambas rural, de roda, ciranda, afoxé e Xirê. Umoja na língua africana Swahili, falada na costa oeste da África, significa Unidade.


Dançarinas(os)
Arlete Alves, Ander Anastácio, Ainá Margot, Cau  Andrade, Carol Rocha Ewaci, Débora Marçal, Priscila Obaci, ROSI ELOY
Músicos
Alexandre Buda, Carlos de Xangô, João Vitor de jesus Aguiar

ENTRADA GRATUITA

SOBRE: Ounje- Alimento dos Orixás
Exposição propõe uma imersão artística na culinária e na cultura das religiões afro-brasileiras.

Produção: El Choq! Produções

LOCAL Sesc Ipiranga
Rua Bom Pastor, 822, 04203-000 São Paulo

LINK EVENTO
https://www.facebook.com/events/347665255918495/

quarta-feira, 19 de junho de 2019

domingo, 9 de junho de 2019

Verso em Versos na Casa de Cultura Campo Limpo​

Sábado, 15 de JUNHO de 2019 de 14:30 a 16:00
Local  Casa de Cultura Campo Limpo​
Rua Rua Aroldo de Azevedo, 100 - São Paulo
Ponto de referência Terminal Campo Limpo
Produção El Choq! Produções​
LINK DO EVENTO
https://www.facebook.com/events/2031175430518756/
MAIS INFORMAÇÕES
www.versoemversos.com.br

quinta-feira, 6 de junho de 2019

Oganilu - O Caminho do Alabê de Vitor da Trindade

Oganilu, O caminho do Alabê, foi escrito nos anos de 2017 e 2018 e faz referência e reverência ao Ogan Alabê e tudo o que envolve este personagem que é o Mestre de Tambores da Orquestra dos Orixás, formada pelas vozes, pelo Gan, pelos atabaques e também pelo Xequerê.

Neste livro, focado especialmente nos Ogans do Ilê Axe Jagun, casa de candomblé que fica no Taboão da Serra, na Grande São Paulo vem contar um pouco da história e vida deste profissional do sacerdócio afrodescendente.

Colaborando- na desmistificação da religião, em sua relação com o leigo, e também no diálogo do Ogan com os seus parceiros de fé, buscando compreender sua vivência na sociedade tanto dentro como fora do Candomblé. Pois tanto para o Alabê como para as outras pessoas, trazemos aqui a abertura de um diálogo que pode trazer benefícios tanto ao iniciando e iniciado, como a aqueles que têm o Candomblé como objeto de estudo, ou simplesmente aos simpatizantes.

A música e a musicalidade dos Ogans é construtora da Música Popular Brasileira, moderna,
antiga e do futuro, e também com grande influenciamento sobre a música clássica europeia
criada no nosso país.

Este livro, seus bate-papos e palestras ilustradas, vão discutir estes vários pontos em seus
textos, apresentando a comunidade brasileira o Ogan Alabê sua virtuosidade e seu
conhecimento como sacerdote dos Orixás.

COMPRE AQUI

Sobre o Autor

Neto do renomado Poeta recifense Solano Trindade e filho da Artista Plástica Raquel
Trindade Vitor da Trindade é formado em música popular e mestrando em Etnomusicologia
pela USP, iniciando em 2019.

É profissional de música brasileira há mais de 40 anos, ensinando, e se apresentando como
performer e músico através de 04 continentes, incluindo a Ásia, África, Américas e Europa.
No Brasil apresenta-se tambem como palestrante e professor de cultura afro brasileira, em
espaços como o Masp e Sesc e universidades como Uniso, Usp e outros dentro e fora do
estado de Sã Paulo. Em todos estes trabalhos Trindade está sempre preocupado de manter
viva a cultura afro-brasileira, seguindo os passos de seus antepassados Raquel Trindade,
Margarida Trindade e Solano Trindade.

Vitor tem 07 discos próprios gravados, AYRÁ OTÁ, Vitor da Trindade e Carlos Caçapava
(2001), REVISTA DO SAMBA (2002), OUTRAS BOSSAS (2005), REVISTA BIXIGA
OFICINA DO SAMBA (2006), HORTENSIA DO SAMBA (2011), SAMBA DO
REVISTA(2014), OSSÉ, Vitor da Trindade (2015).

Oganilu, o Caminho do Alabê é seu primeiro livro.
Arte:
Cassimano
Revisão:
Luiz Carlos Teixeira de Freitas
Ilustrações:
Maria Trindade
Apoio cultural:
Agência Popular Solano Trindade

terça-feira, 28 de maio de 2019

Verso em Versos na Casa de Cultura Campo Limpo

Sábado, 15 de JUNHO de 2019 de 14:30 a 16:00
Local Casa de Cultura Campo Limpo
Rua Rua Aroldo de Azevedo, 100 - São Paulo
Ponto de referência Terminal Campo Limpo
Produção El Choq! Produções
MAIS INFORMAÇÕES
www.versoemversos.com.br

segunda-feira, 27 de maio de 2019

Poemas | 1913-1956 - Bertolt Brecht

Uma literatura, seja de qual gênero for, é uma biografia, ainda que indireta, de seu autor e/ou tempo. Mas também pode ser atemporal, caso fale de anseios e frustrações pertinentes a qualquer época ou de questões da natureza humana.

Poemas 1913-1956, de Bertolt Brecht (Editora 34, 2012), é as duas coisas: é biográfico, porque o autor conta parte de sua trajetória ao mesmo tempo que fala sobre a ascensão do nazismo na Alemanha, e é atemporal, porque trata de questões que tocam a quase todos nós, mesmo quase cem anos depois.

O livro tem menos de um quarto dos poemas escritos por Brecht, que, além de poeta, foi um dos mais importantes dramaturgos do século XX. Paulo César de Souza, quem traduziu e selecionou os textos, diz que a seleção levou em consideração beleza e representatividade da obra geral, mas que a “traduzibilidade” foi elemento indispensável. Quer dizer: ele considerou se o texto mantinha sua ideia original depois de traduzida. Esse é um ponto em todas as traduções. Às vezes um texto só faz sentido em sua língua original, porque carrega histórias e sentidos regionais, questões singulares daquela cultura.

Poemas tem oito divisões temporais, feitas de acordo com a trajetória de Brecht. Em todas elas o poeta fala sobre a vida comum: os laços humanos, um dia bom ou ruim, o amor romântico, relação de pais e filhos, a natureza e suas manifestações; mas também sobre a sua causa: a luta social foi norteadora de seus trabalhos escritos. Há homenagem aos trabalhadores; saudações e críticas à esquerda, poemas sobre organização coletiva, responsabilidades individuais na luta, a ascensão do nazismo e a retórica inflamada e vazia do pintor, como ele chamava Hitler, e seus aliados (lembra alguém?).

Há muitos poemas que tratam do que foi sua principal fonte de vida e luta: o teatro. Brecht fala sobre a construção de uma peça, de como considerava importante fazer seus espetáculos para e junto do público, para que não fosse uma arte vazia. Há homenagens a atores; atrizes; colaboradores das peças; companheiros e companheiras de vida, enfim, gente com quem ele construiu a trajetória na junção da arte com a luta.

Nomes como Rosa Luxemburgo, Walter Benjamim, Máximo Gorki e Vladimir Lenin são eternizados pelo poeta. Ele nos conta ainda sobre sua vida no exílio provocado pelo nazismo, sobre lugares e pessoas que conheceu e sobre o sentimento de estar longe de casa.

É um livro denso, com muitas referências, um relato direto de quem viveu e se sensibilizou com um tempo nebuloso. São aulas sobre história política e sobre a construção de um dos teatros mais importantes do último século; tudo isso em versos, quase todos livres. Uma leitura que vale cada minuto que nos dedicamos.

O mais impressionante dessa seleção é como ela fala com nosso tempo. Alguns poemas parecem pensados para os protofascistas com quem temos lidado nos últimos meses.

Ouvi dizer uma vez que há estudiosos que não aprovam traduções literárias de qualquer gênero, ainda mais de poemas, porque a proposta original acaba sendo perdida. Em parte é possível que isso aconteça, como já comentado. Há textos que possuem referências muito específicas e cujo sentido completo está na língua original, mas não parece o caso desta seleção. Pode até ser que ler “Lista de preferência de Orge” (p. 48), “A despedida” (p. 137) ou “O cordão partido” (p. 142), três dos textos mais tocantes que já li na minha vida, em suas versões originais seja uma experiência maior. Mas, enquanto não aprendemos alemão, ficamos com o português. Perdemos por um lado, mas ganhamos por outro. Ganhamos principalmente por saber que arte e luta andam juntas desde muito, que compartilhamos sentimentos com um dos maiores escritores do século XX, que a resistência antifascista é antiga e que ela não foi derrotada, nem apagada no passado. E também não o será agora.